À medida que a conectividade se expande, as empresas continuam a deparar-se com um cenário de ameaças cibernéticas cada vez mais intrincado e sofisticado. A última década foi caracterizada por incidentes de segurança em larga escala, que variaram desde violações de dados corporativos até impactantes ataques de ransomware.
Em 2024, a necessidade de reforçar as defesas contra ciberameaças torna-se ainda mais urgente, com as organizações buscando aprendizados valiosos a partir de suas experiências passadas.
A ascensão significativa da tecnologia em todos os setores trouxe consigo benefícios substanciais, mas, ao mesmo tempo, expôs as empresas a consideráveis riscos. Os ciberataques não apenas evoluíram em termos de sofisticação, mas também aumentaram em frequência, direcionando-se desde pequenas empresas até grandes corporações.
A contínua dependência de sistemas interconectados e o crescimento do trabalho remoto ampliaram significativamente a superfície de ataque, gerando um terreno propício para diversas ameaças cibernéticas.
Segundo uma pesquisa da Kaspersky, em 2020, o Brasil testemunhou um aumento expressivo de 330% no número de tentativas de ataques cibernéticos, totalizando mais de 370 milhões de invasões a sistemas corporativos.
Casos recentes incluem ataques de ransomware paralisando operações críticas, violações de dados expondo informações confidenciais e campanhas de phishing sofisticadas. No entanto, apenas 41% das empresas brasileiras têm políticas de segurança, de acordo com um estudo do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR.
Principais falhas de segurança
A falta de atualizações de software não é apenas um descuido técnico, mas um reflexo da abordagem à temporalidade na era digital. Adiar atualizações pode ser interpretado como um sintoma que prioriza a inovação constante em detrimento da manutenção.
Tanto na segurança digital quanto na vida, a manutenção e o cuidado são cruciais para o bem-estar. A prática regular de atualizações é um ato de preservação não apenas de dados, mas também da integridade de nossa infraestrutura digital.
Além disso, o phishing e a engenharia social são métodos que exploram vulnerabilidades humanas, não apenas falhas técnicas. Eles servem como lembretes de que a segurança cibernética está profundamente enraizada na natureza humana, em nossas interações sociais e psicológicas.
A conscientização e o treinamento devem se concentrar em fortalecer a capacidade das pessoas de reconhecer e resistir a manipulações, integrando estratégias de autenticação robustas para se proteger contra a exploração da confiança humana.
Senhas simples e reutilização de credenciais são práticas comuns em busca de conveniência, mas é fundamental lembrar que cada senha exige responsabilidade na manutenção da segurança.
No contexto das falhas, o acesso não autorizado e a má gestão de identidade destacam um ponto crítico entre os princípios da “necessidade de saber” e da “necessidade de compartilhar”. O primeiro restringe o acesso a informações essenciais para cada função, assemelhando-se a guardar segredos em diferentes cofres e conceder chaves apenas a quem realmente precisa.
Quanto ao segundo, ele favorece a colaboração, estimulando o fluxo de informações onde é vantajoso, semelhante a abrir portas para permitir a troca de ideias. A implementação de sistemas de gestão de identidade se apoia nesse equilíbrio.
Ao conceder acesso apenas onde é necessário, seguindo o “princípio do mínimo privilégio”, reduzem-se os riscos. A revisão regular de quem tem acesso às chaves e quais portas estão abertas deve ser uma prática constante para os gestores.
Por fim, a eficiência na resposta a incidentes cibernéticos em 2024 é um pilar crucial para as empresas. Elas devem adotar uma abordagem sistemática, conduzindo simulações periódicas para aprimorar os procedimentos e garantir a prontidão da equipe diante de qualquer ameaça cibernética.
Impacto emocional e psicológico de incidentes de segurança
Para além dos aspectos técnicos, é crucial considerar o impacto emocional e psicológico desses incidentes na equipe e na cultura organizacional. Contar com profissionais especializados, sejam internos ou terceirizados, para gerenciar esses incidentes torna-se fundamental no atual cenário de segurança cibernética, representando um investimento essencial para a continuidade dos negócios.
Entretanto, a imprevisibilidade de incidentes, como ciberataques, espionagem e até mesmo alertas de tempestade solar, nos leva a questionar a capacidade de antecipar e nos preparar para desafios inesperados.
Isso torna prioritário a construção de planos de continuidade de negócios robustos, flexíveis e abrangentes, capazes de se adaptar a cenários ainda não totalmente previsíveis.
Portanto, as empresas devem não apenas preservar a integridade operacional diante dos desafios digitais, mas também assegurar a resiliência e o bem-estar da equipe, navegando com estratégia e gestão através das incertezas do ciberespaço.
Fonte: Security Leaders